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Sobre vitimização, mimimi, polêmicas, periquitas, machismo e algo mais

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É de bom tom defender a igualdade entre os gêneros. Afirmar em voz alta e eloquente que é um absurdo, “em pleno 2015!”, mulheres e homens receberem salários diferentes. É socialmente aceitável, e incentivado, que a mulher trabalhe em grandes corporações, multinacionais. Ela até pode escolher a área que quiser. Engenharia, que seja. Computação, medicina, arqueologia. A mulher pode escolher a profissão que quiser e ser bem remunerada por isso. Quando falamos de sexualidade…bem, aí o bicho pega.

Sim, estamos em pleno século 21, e não, não é de bom tom um moça dizer que foi pra cama com com quem ela quis, quando ela bem entendeu, por simples e pura vontade. Não assusta que ela não seja mais virgem ao casar. Isso é coisa do século passado. Mas ter tantos parceiros assim, e por puro prazer? assim, sendo feliz com ficadas de uma noite só como se fosse, sei lá, um rapaz? Esse tipo de comportamento, sinto muito, não se tolera. Isso, o ano de 2015 vê como safadeza, baixaria, sem-vergonhice. Alguns viventes desejam, lá no íntimo, que devia até ser crime. Outros não têm dúvidas sobre isso e estão toda prosa defendendo a “moral e os bons costumes”. Acham que o corpo da mulher não pertence a ela. Sinto muito, pertence sim.

O blog publicou ontem uma polêmica – ohhhh! palavra-chave das redes sociais e dos picos de acesso na internet – sobre o músico Ortinho, que usou desse preceito para tentar humilhar a artista visual Joana Gatis. Era como se ele a rebaixasse ao citar os homens que ela tinha levado para cama. Joana rebateu de forma firme: “Eu amo ser mulher, eu amo o dom do sexo”.

Na fila do supermercado, horas depois do post ter ido ao ar, ouvi uma mulher reclamar que um sobrinho da mesma idade da filha dela frequentava demais sua casa. Ela não queria mais isso. Ia ter uma conversa séria com a irmã. “O filho dela é homem, mas a minha é mulher. Para ela não é nada, mas minha filha pode ficar falada”, argumentava, do alto do seu pensamento afinado com o discurso da nossa época.

Ao chegar em casa, li alguns comentários na postagem do Facebook do Diario de Pernambuco. É de se assustar: “Mais um caso do mi mi mi do politicamente e dessas feministas.”; “Ainda bem que vocês são minoria. E serão sempre. Vitimistas.“; “O que tem de mais de chamar de quenga uma quenga?“, esse, assinado por uma mulher. “Machismo é fundamental“; “Se segurasse a periquita não passaria por uma vergonha dessa“, disse outra mulher – provando que machismo não tem gênero.

Muitos até disseram que era porque a estagiária aqui era amiga da moça “do mimimi”. É só olhar nos prints: nem amiga dela no Facebook eu era. Quanto aos que disseram “RIP jornalismo”, bem, estamos em 2015 e isso ainda causa uma celeuma gigantesca. Se esse não é um tema urgente para debate e discussão, vocês me digam o que é. Estamos em pleno 2015, século 21 e coisa e tal, já passou da hora da mulher ser livre. Em todo e qualquer aspecto que ela era queira e sinta vontade. Machistas, procurem outro blog para ler.


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